NUTRIÇÃO CLÍNICA

É a ciência da nutrição que se pauta no estudo dos alimentos e a sua utilização em dietas e terapias.

A avaliação nutricional de cães e gatos, se refere a abordagem clínica, completa, levando em conta, tanto os parâmetros diretos (concretos), como: histórico alimentar, exames físicos, clínicos, avaliações métricas e laboratoriais; quanto parâmetros indiretos (subjetivos), tais como: tabelas de escore corporal e avaliações socioeconômicas e culturais, e tem como objetivo, determinar o estado nutricional do paciente, identificando possíveis distúrbios e traçar qual é terapia nutricional mais adequada a ser realizada, visando recuperar, monitorar e/ou manter o estado nutricional do indivíduo através dos nutrientes.

Principais aspectos para uma nutrição completa, balanceada e funcional:

Individualidade bioquímica

Cada indivíduo possui um DNA único, que só ele tem, logo, seu metabolismo também é único, fazendo com que suas necessidades nutricionais também sejam únicas.

Tolerância alimentar.

Os pets reagem de modo diferente quando ingerem um determinado alimento ou ingrediente, uns bem outros nem tanto, principalmente com alimentos proteicos, com proteínas de alto peso molecular, difíceis de serem digeridas e absorvidas (baixa digestibilidade), podendo gerar diversos distúrbios digestivos (diarreia, disbiose, cólicas, …) ou mesmo sistêmicos, inflamações agudas com potencial risco de choque anafilático que pode culminar com o desenvolvimento de doenças crônico degenerativas (neoplasias, doença cardíaca, renal, diabetes, hipertensão, …).

Saúde gastrintestinal

A maior parte do sistema imunológico se encontra junto ao tubo digestivo, portanto, a saúde do sistema digestivo é fundamental para a saúde do pet.

Comportamento:

O cão é um animal sociável, territorialista, com elevado instinto protetor, principalmente das fêmeas e companheiros doentes ou feridos.1

Possui grande respeito pelas relações hierárquicas, principalmente a reprodutiva (principal motivo de conflitos é a disputas por fêmeas para a reprodução) e a alimentar, onde filhotes têm privilégios e prioridade.1,2

Na natureza, o principal atributo sensorial utilizado para localizar as presas é a visão, entretanto, em habitats mais densos ou hostis, o olfato e audição são igualmente importantes.1

O comportamento nutricional do cão, na natureza, é de um caçador, que em geral, caça em grupo, normalmente de presas de porte médio e grande (gazelas, gnus, impalas, …), principalmente de indivíduos mais lentos (filhotes, idosos, grávidas, feridos ou doentes),3 todavia, também caça sozinho pequenos pequenos roedores, sobretudo ao amanhecer ou ao anoitecer (temperaturas amenas), com uma eficiência de até 90%.1,2,4

O cão em, seu habitat natural consome diariamente cerca de 1/3 de seu peso em carne, sua ingestão é rápida, entre 5 (presas menores) a 30 minutos (presas maiores), iniciando pelas suas vísceras (alfa) e depois indo para as carnes, além disso, adquire preferência por uma presa específica.5,6

Como não estão no topo da cadeia alimentar o cão sofria predação direta dos grandes carnívoros (leões), como também, tinha que disputar suas presas com outros carnívoros (hienas).7

Referência Bibliográficas

1. Creel S, Creel NM. Communal hunting and pack size in African wild dogs, Lycaon pictus (vol 50, pg 1325, 1995). Anim Behav. 1996;51:499.

2. Driscoll CA, Macdonald DW, O’Brien SJ. From wild animals to domestic pets, an evolutionary view of domestication. Proc Natl Acad Sci. 2009;106(Supplement_1):9971–9978. doi:10.1073/pnas.0901586106.

3. Hayward MW, O’Brien J, Hofmeyr M, Kerley GIH. Prey Preferences of the African Wild Dog Lycaon Pictus (Canidae: Carnivora): Ecological Requirements for Conservation. J Mammal. 2006;87(6):1122–1131. doi:10.1644/05-MAMM-A-304R2.1.

4. Nowak R. Walker’s Mammals of the World. 6 th. Baltimore – USA: Johns Hopkins University Press; 1999.

5. Creel S, Creel NMN. The African Wild Dog: Behavior, Ecology and Conservation. Princeton University; 2002.

6. Kingdon J. African Wild Dog, Cape Hunting Dog (Lycaon pictus). In: East African Mammals: An Atlas Of Evolution in Africa. Chicago University; 1988:458.

7. KingdonJonathan, Happold D, Butynski T, Hoffmann M, Happold M, Kalina J. Introductory chapters and Afrotheria. In: Mammals of Africa. VI. London: A&C Black; 2013:51–59.