TERAPIA COMPORTAMENTAL

A terapia comportamental dos animais de companhia, também denominada zoopsiquiatria, é um ramo da Medicina Veterinária relativamente novo se levarmos em conta que o primeiro congresso da especialidade  ocorreu na década de setenta na Holanda, embora desde o início da domesticação o comportamento dos animais tem sido modificado para permitir o convívio multi-espécie pacífico, tornando os animais ditos “domésticos” dóceis. Mas o comportamento como área de interesse clínico com o objetivo da prevenção, diagnóstico e tratamento e elucidação de problemas comportamentais só vai ser sistematicamente estudado e aprofundado no final da década de sessenta e início de setenta.

É nessa altura que espelhando-se  na psicologia e psiquiatria humana surgem as primeiras tentativas de classificar e sistematizar os distúrbios de comportamento dos animais de companhia e de tratá-los usando-se , muitas vezes,  medicamentos que atuam apenas em determinadas áreas do cérebros ao invés da postura tradicional  que basicamente sedava o animal  diminuindo a sua reatividade ao meio que o cercava (o cão ficava “abobado”) ou modificava a fisiologia/anatomia (castração, remoção de garras e afins).

Com a evolução dos conhecimentos sobre os processos fisiológicos responsáveis por cada comportamento e o conhecimento dos neurotransmissores (substâncias usadas pelos neurônios para se comunicar entre eles) envolvidos nestes processos, hoje em dia dispomos um arsenal terapêutico muito mais amplo que nos permite individualizar o tratamento  para  cada paciente de modo que ele possa desfrutar dos benefícios da terapia sem ficar “abobado”.

Neste campo da Medicina Veterinária a participação dos humanos é fundamental uma vez que, independente da medicação (alopáticos, homeopáticos, florais),a resolução do problema de um elemento da família multi-espécie, envolve todo o sistema familiar, fato demonstrado pelo conhecimento atual sobre a dinâmica das famílias multi-espécies, que também é um conceito relativamente recente .

Ao agendar a consulta de Terapia Comportamental, é de suma importância que o Tutor ou Tutores que mais lidam com o animal estejam presentes.

ORTOPEDIA

ORTOPEDIA EM PEQUENOS ANIMAIS

            A ortopedia veterinária é, sem dúvida, uma das áreas de atuação que mais evoluíram na medicina de pequenos animais. Nos últimos 30 anos a área sofreu uma mudança de pensamento e de investimento muito grandes. Profissionais se tornaram mais preparados, materiais passaram por melhoria na tecnologia  Os tratamentos estão cada dia mais precisos e doenças antes sem tratamento passaram a ter cura definitiva.

            As doenças mais comuns dos sistemas locomotores são traumáticas, congênitas e degenerativas. Cada idade, raça e porte dos cães e gatos tem suas patologias mais evidentes.

            Temos tratamentos cirúrgicos e clínicos para lesões ligamentares como ruptura do ligamento cranial do joelho, degenerativas como a displasia coxofemoral, traumáticas como fraturas simples e complexas em animais das mais diferentes idades. Tudo isso favorecido pelo aumento da capacidade dos profissionais envolvidos em diversas áreas além da ortopedia. Como exemplo temos a evolução marcante dos exames de imagem, fisioterapia e acupuntura. Hoje  temos raio x digital, tomografia, ressonância magnética bem como técnicas de fisioterapia, analgesia e treino muscular.

            O sinais mais importantes que os responsáveis pelo Pet podem observar de lesões ortopédicas são: Claudicações (manqueira), atrofia muscular, pouca movimentação aguda ou progressiva, choro ou incômodo em algum momento ou movimento.

            Cães e gatos na primeira idade apresentam mais comumente lesões ortopédicas como: fraturas por quedas, necrose asséptica da cabeça do fêmur (pequeno porte), fraturas por avulsão da crista tibial, osteocondrite discecante do ombro (grande porte) e doenças congênitas.

            Na segunda e terceira idade temos patologias levemente diferentes como fraturas por trauma, luxação patelar, rupturas de ligamentos, doenças degenerativas articulares como as displasias (quadril e cotovelo).

            Importante salientar que em muitas patologias temos semelhanças de sinais entre lesões neurológicas e ortopédicas. Por isso, consultar um médico veterinário é de extrema importância sempre que houver algum sinal de dor ou mudança comportamental de seu pet.

ONCOLOGIA

Oncologia veterinária é a especialidade dedicada ao diagnóstico e tratamento de cães e gatos com diferentes tipos de tumores.

A incidência de câncer nos animais tem crescido nos últimos anos, os tumores estão entre as principais causas de morte em cães e gatos. É uma condição bastante imprevisível, o que dificulta a adoção de medidas preventivas.

O setor de oncologia do INPA tem como objetivo detectar em fase inicial esta patologia, aumentando muito a possibilidade de melhor prognóstico.

Fatores predisponentes:

  1. Genética
  2. Outras doenças que debilitem o animal
  3. Mutações
  4. Exposição a elementos químicos diversos
  5. Exposição ao sol

Sinais mais comuns:

  1. Dificuldade de locomoção
  2. Apatia
  3. Aumento de volume abdominal
  4. Emagrecimento
  5. Sangramentos (na urina, nas fezes, na cavidade oral, abdominal)
  6. Dificuldade em engolir, comer e respirar
  7. Surgimento de nódulos
  8. Linfonodos aumentados
  9. Vômitos e diarreia

Neoplasias de maior incidência:

  1. Cutâneas
  2. Mamarias e ovarianas
  3. Hematopoiéticos:atingem as células formadoras de tecido sanguíneo, ele pode ocasionar linfomas e leucemias nos animais.
  4. Hemangiossarcomas
  5. Mastocitomas
  6. Sarcomas de tecidos moles

Exames auxiliares no diagnóstico, prognóstico, estadiamento e tratamento das neoplasias:

  1. Citologia
  2. Biopsia
  3. Endoscopia
  4. Ultrassonografia – é um dos exames mais empregados (baixo custo e não invasivo)
  5. Tomografia
  6. Endoscopia
  7. Radioterapia
  8. Ressonância magnética

Dependendo da graduação, estadiamento e tipo de câncer, nossa equipe irá recomendar  um ou uma combinação de opções de tratamento.

Tratamentos  que podem ser preconizados:  

  1. Criocirugia – neste procedimento os tecidos são congelados rapidamente e o dano tecidual desejado é incrementado pela interrupção da vascularização ao tecido alvo bem como pela reação inflamatória gerada após o processo.
  2. Cirurgia
  3. Quimioterapia
  4. Eletroquimioterapia – nesta técnica, por meio de um equipamento, são aplicados pulsos elétricos no tumor ou nos bordos da lesão cirúrgica, com a intenção de fazer com que poros se abram momentaneamente nas células tumorais, de forma que o quimioterápico aplicado possa penetrar na célula neoplásica.
  5. Imunoterapia
  6. Radioterapia
  7. Tratamento conservador
  8. Nutrição oncológica
  9. Controle da dor

OFTALMOLOGIA

Entre os problemas frequentes do nosso serviço de oftalmologia estão as cataratas. Catarata  vem a ser a opacificação de uma lente intraocular chamada cristalino que pode ser ocasionada por defeito congênito ou hereditário e tem seu tratamento em casos selecionados por cirurgia ,utilizamos há décadas a técnica de facoemulsificacao que usa um equipamento que aspira a catarata com uma incisão de apenas 3 mm.

 Podemos ainda destacar os glaucomas. Glaucoma é o aumento da pressão intra-ocular. Os glaucomas primários são de origem congênita ou hereditária ,e os secundários decorrentes  de  outras desordens que ocorrem ,sendo ambos por vezes de  difícil controle  sendo hoje ,mesmo considerado um desafio  terapêutico e também cirúrgico  sendo as raças mais afetadas  o Beagle e o Cocker.

Outro problema de enorme importância clínica é a Ceratoconjuntivite seca popularmente conhecida como olho sêco.Vem a ser a diminuição da produção lacrimal em indivíduos susceptíveis provocado pelo uso de medicamentos tópicos, sistêmicos, doenças virais, radiação, neurogênica, imunomediada, iatrogênica cirúrgica (extirpação glândula da terceira pálpebra) e etc.

 Desordens palpebráis como ectrópio e entrópio (enrolamento dos cílios para dentro ou para fora com arranhamento da córnea), fendas palpebrais muito largas (queratite de exposição) e obstrução dos dutos nasolacrimais são regularmente tratadas por terapia cirúrgica.

 Lacerações de córnea de variável profundidade  e gravidade provocadas principalmente por combates entre felinos e  cães. Cegueiras por patologias da retina e nervo óptico são detectáveis através de exames de fundo de olho utilizando-se uma combinação de oftalmoscopias direta e indireta permitindo algumas vezes  a realização de diagnósticos de doenças sistêmicas através  desses exames pois possuo em arquivo a ocorrência de mais de 50  doenças orgânicas que possuem manifestação ocular.

 Cristalinos luxados (fora de posição) são vistos em algumas raças predispostas como o Basset Hound e Schnauzers. É freqüente no nosso serviço, o atendimento de animais já num severo grau de déficit visual pois a maioria de suas patologias oculares que levaram aos problemas visuais passou durante dias, meses e até anos desapercebidas tanto dos clínicos veterinários quanto dos proprietários.

 Tenho a convicção de que muitas dessas patologias não levariam seus portadores a serem indivíduos deficientes visuais se um oftalmologista veterinária tivesse-os examinado. Aconselho o exame oftalmológico precoce nos Poodles(cataratas), Beagles(glaucoma), Cockers(olho seco), Bichon e Lhasa(distrofias corneais) alem das raças orientais(Shar-Pei,Chow-Chow,etc) que possuem problemas palpebrais e alguns Pastores Alemães(Pannus). Em resumo todos os cães de estirpe muito selecionada e/ou com antecedentes de descendência deficiente visual devem ser examinados ainda quando filhotes.

ODONTOLOGIA

A odontologia visa a prevenção, diagnóstico e tratamento das estruturas que fazem parte da cavidade oral.

A principal causa da perda dentária em cães e gatos é a presença de tártaro formado a partir de componentes da saliva.

O calculo (tártaro) é uma placa bacteriana mineralizada, sendo que sua superfície esta coberta por placa bacteriana viva, não mineralizada. Subgengival, esta placa esta em contato direto com o tecido mole, provocando processos inflamatórios e ulceração.

A superfície áspera e porosa do calculo fornece um abrigo para as bactérias, tornando completamente impossível a remoção destas através da escovação. Outras bactérias do meio ambiente bucal aderem às já existentes e vão se fixando sobre as irregularidades do calculo dental possibilitando uma rápida proliferação bacteriana. Portanto, a velocidade de formação da placa bacteriana é maior no calculo, quando comparada com as superfícies dentais.    

 O calculo contribui para a inflamação gengival, podendo evoluir para a periodontite, onde os elementos que participam na sustentação dos dentes serão danificados.


Este é um problema dos mais comuns, que afeta cerca de 85% dos animais adultos.


É importante lembrar, que as bactérias da boca podem ganhar a circulação sangüínea determinando infecções graves em outros órgãos como o fígado, rins, coração e também nas articulações. As doenças da cavidade oral, podem diminuir a qualidade de vida e longevidade dos animais

Os sinais mais comuns associados à doença periodontal são: 

  •  Mau hálito;
  •  Cálculo dentário (tártaro);
  •  Hipersalivação, às vezes com sangue;
  •  Inflamação e sangramento gengival;
  •  Presença de pus na gengiva;
  •  Perda de osso alveolar e conseqüente retração gengival;
  •  Perda de dentes;
  •  Mobilidade e migração dos dentes;
  •  Dificuldade de mastigar e triturar os alimentos;
  •  Emagrecimento.
  •  Perda de apetite
  •  Secreção nasal persistente;
  •  Doença renal, cardíaca, hepática, pulmonar, cerebral, devido a bacteremia oriunda das lesões periodontais;


Na presença de qualquer dos sintomas acima, procure imediatamente o seu médico veterinário.

Em gatos, depois da doença periodontal, a afecção mais comum na cavidade oral é a lesão de reabsorção odontoclástica dos felinos (L.R.O.F.), em torno de 60% dos gatos terão ao menos um dente acometido ao longo da vida. A causa desta afeccção ainda é desconhecida, suspeita-se que processos infecciosos, inflamatórios, nutricionais e imunológicos, possam ser fatores predisponentes.

Nesta doença observamos a reabsorção de esmalte (estrutura que recobre a coroa) e/ou cemento (estrutura que recobre a raiz) apenas, até o comprometimento total do elemento dentário. O sítio principal da lesão é na junção cemento esmalte (colo do dente).

Os sinais clínicos mais comuns, associados à L.R.O.F.,são:

  • inflamação e/ou hiperplasia da gengiva ao redor do dente acometido;
  • diminuição ou perda de apetite;
  • cavidades na coroa dos dentes,  que podem se assemelhar ao processo carioso;
  • salivação; 
  • dor intensa, dificuldade de mastigação

 
O tratamento consiste na extração dos dentes acometidos.

Extrações dentarias:

Indicações:

  • mobilidade dentaria;
  • doença periodontal;
  • dentes supra numerários;
  • persistência de dentes decíduos (dentes de leite)
  • caries avançadas;
  • dentes fraturados;
  • gengivo-estomatite;
  • má oclusão;
  • necrose pulpar;
  • lesão de reabsorção odontoclástica dos felinos (L.R.O.F.);

Complicações:

  • fistula oronasal;
  • deiscência do flap;
  • hemorragia;
  • fratura radicular;
  • fratura de corpo mandibular:
  • engano na remoção de dente permanente;

Tumores de maior incidência na cavidade oral:

Cães

  • melanoma;
  • carcinoma epidermoide:
  • fibrosarcoma;
  • ameloblastoma acantomatoso:
  • epulis fibromatoso/ossificante;
  • papiloma;

 Gatos

  • carcinoma epidermoide;
  • fibrosarcoma;
  • osteosarcoma;
  • ameloblastoma;

Radiografia Digital  intra-oral na Medicina Veterinária

Começou a ser utilizada no Brasil, com maior frequência nos últimos anos, é de extrema importância na odontologia de pequenos animais, embora ainda seja pouco solicitada pelo veterinário.

Indicaçôes:

  • Diagnostico de lesões periapicais e auxiliar no tratamento de canal.
  • Avaliação de perda de osso alveolar, frequentemente associado à doença periodontal.
  • Observação das estruturas do periodonto e raízes, no pré e pós operatório de extrações dentárias.
  • Detecção de dentes supra numerários ou de agenesia de germe de dentes permanentes.
  • Muito importante no diagnóstico e prognóstico da Lesão de Reabsorção Odontoclástica em felinos domésticos.

É importante a constante avaliação da cavidade oral dos felinos e dos caninos, a fim de que as patologias sejam diagnosticas precocemente. 

Dra. Isabella Cito

Médica Veterinária – CRMV 10296 

Especialista em Odontologia e Cirurgia Bucofacial Veterinária pela Universidad Complutense de Madrid 2011

www.petdentis.com

Dr. Hugo Berford

Medico Veterinário – Graduado na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – 1982
Cirurgião Dentista- Graduado na Universidade Gama Filho – 1990.
Curso de Atualização em Periodontia – Universidade Gama Filho
MBA em Gestão Empresarial Fundação Getúlio Vargas-2009
Curso de Técnicas Cirúrgicas – CDMV – 2018

NUTRIÇÃO CLÍNICA

É a ciência da nutrição que se pauta no estudo dos alimentos e a sua utilização em dietas e terapias.

A avaliação nutricional de cães e gatos, se refere a abordagem clínica, completa, levando em conta, tanto os parâmetros diretos (concretos), como: histórico alimentar, exames físicos, clínicos, avaliações métricas e laboratoriais; quanto parâmetros indiretos (subjetivos), tais como: tabelas de escore corporal e avaliações socioeconômicas e culturais, e tem como objetivo, determinar o estado nutricional do paciente, identificando possíveis distúrbios e traçar qual é terapia nutricional mais adequada a ser realizada, visando recuperar, monitorar e/ou manter o estado nutricional do indivíduo através dos nutrientes.

Principais aspectos para uma nutrição completa, balanceada e funcional:

Individualidade bioquímica

Cada indivíduo possui um DNA único, que só ele tem, logo, seu metabolismo também é único, fazendo com que suas necessidades nutricionais também sejam únicas.

Tolerância alimentar.

Os pets reagem de modo diferente quando ingerem um determinado alimento ou ingrediente, uns bem outros nem tanto, principalmente com alimentos proteicos, com proteínas de alto peso molecular, difíceis de serem digeridas e absorvidas (baixa digestibilidade), podendo gerar diversos distúrbios digestivos (diarreia, disbiose, cólicas, …) ou mesmo sistêmicos, inflamações agudas com potencial risco de choque anafilático que pode culminar com o desenvolvimento de doenças crônico degenerativas (neoplasias, doença cardíaca, renal, diabetes, hipertensão, …).

Saúde gastrintestinal

A maior parte do sistema imunológico se encontra junto ao tubo digestivo, portanto, a saúde do sistema digestivo é fundamental para a saúde do pet.

Comportamento:

O cão é um animal sociável, territorialista, com elevado instinto protetor, principalmente das fêmeas e companheiros doentes ou feridos.1

Possui grande respeito pelas relações hierárquicas, principalmente a reprodutiva (principal motivo de conflitos é a disputas por fêmeas para a reprodução) e a alimentar, onde filhotes têm privilégios e prioridade.1,2

Na natureza, o principal atributo sensorial utilizado para localizar as presas é a visão, entretanto, em habitats mais densos ou hostis, o olfato e audição são igualmente importantes.1

O comportamento nutricional do cão, na natureza, é de um caçador, que em geral, caça em grupo, normalmente de presas de porte médio e grande (gazelas, gnus, impalas, …), principalmente de indivíduos mais lentos (filhotes, idosos, grávidas, feridos ou doentes),3 todavia, também caça sozinho pequenos pequenos roedores, sobretudo ao amanhecer ou ao anoitecer (temperaturas amenas), com uma eficiência de até 90%.1,2,4

O cão em, seu habitat natural consome diariamente cerca de 1/3 de seu peso em carne, sua ingestão é rápida, entre 5 (presas menores) a 30 minutos (presas maiores), iniciando pelas suas vísceras (alfa) e depois indo para as carnes, além disso, adquire preferência por uma presa específica.5,6

Como não estão no topo da cadeia alimentar o cão sofria predação direta dos grandes carnívoros (leões), como também, tinha que disputar suas presas com outros carnívoros (hienas).7

Referência Bibliográficas

1. Creel S, Creel NM. Communal hunting and pack size in African wild dogs, Lycaon pictus (vol 50, pg 1325, 1995). Anim Behav. 1996;51:499.

2. Driscoll CA, Macdonald DW, O’Brien SJ. From wild animals to domestic pets, an evolutionary view of domestication. Proc Natl Acad Sci. 2009;106(Supplement_1):9971–9978. doi:10.1073/pnas.0901586106.

3. Hayward MW, O’Brien J, Hofmeyr M, Kerley GIH. Prey Preferences of the African Wild Dog Lycaon Pictus (Canidae: Carnivora): Ecological Requirements for Conservation. J Mammal. 2006;87(6):1122–1131. doi:10.1644/05-MAMM-A-304R2.1.

4. Nowak R. Walker’s Mammals of the World. 6 th. Baltimore – USA: Johns Hopkins University Press; 1999.

5. Creel S, Creel NMN. The African Wild Dog: Behavior, Ecology and Conservation. Princeton University; 2002.

6. Kingdon J. African Wild Dog, Cape Hunting Dog (Lycaon pictus). In: East African Mammals: An Atlas Of Evolution in Africa. Chicago University; 1988:458.

7. KingdonJonathan, Happold D, Butynski T, Hoffmann M, Happold M, Kalina J. Introductory chapters and Afrotheria. In: Mammals of Africa. VI. London: A&C Black; 2013:51–59.

NEUROLOGIA

Por que cães e gatos precisam de neurologista?

Animais com sintomas cerebrais, de nervos periféricos ou de medula espinhal, devem ser encaminhados ao neurologista.

Assim como os seres humanos, cães e gatos também podem sofrer de problemas neurológicos. A medula espinhal, as meninges, o cérebro e os nervos periféricos podem ser acometidos por diversas enfermidades tais como:

·         Doenças do disco intervertebral;

·         Idiopática;

·         Meningites;

·         Hidrocefalia;

·         Crise convulsiva;

·         Epilepsia;

·         Cegueira;

·         Desvio de cabeça e

·         Paralisia.

Dificuldade em levantar, andar cambaleante, perda de equilíbrio, andar em circulo, desvio de cabeça (inclinação ou rotação lateral), posição arqueada (devido a dor),  assimetria facial, estrabismo patológico e posicional, nistagmo, mudanças de comportamento e fraqueza muscular são alguns dos sinais observados nas doenças neurológicas.

Existem diversas causas incriminadas nessas enfermidades, entre elas: inflamações, infecções (virais, bacteriana e parasitária), afecções imunológicas, distúrbios degenerativos,vasculares, anomalias, déficit nutricional, doenças metabólicas e neoplásicas.

Na grande maioria dos casos, o sucesso do tratamento depende de um diagnóstico precoce e instalação de terapia adequada.

O exame neurológico visa responder:

  1. Se os sinais clínicos observados são decorrentes de alterações no sistema nervoso?
  2. Qual a localização da lesão no sistema nervoso?
  3. Quais as principais doenças capazes de grar estas alterações?

A localização da lesão neurológica, é um dos principais objetivos do exame neurológico. 

O exame neurológico consiste em investigar:

  1. A postura
  2. A marcha
  3. O comportamento e o estado mental
  4. Os nervos cranianos
  5. As reações posturais
  6. Os tremores involuntários
  7. Os reflexos miotaticos e
  8.  A avaliação sensorial

Para se chegar ao diagnostico, em grande parte dos casos, além do exame neurológico, poderá ser solicitado:

  1. Tomografia
  2. Ressonância magnética
  3. Ultrassonografia
  4. Analise de liquido cefalorraquidiano
  5. Radiografias
  6. Exames de sangue

Se o seu animal apresentar qualquer sinal dos citados acima, entre em contato com os telefones do Instituto e agende a sua consulta.

NEFROLOGIA

A Nefrologia é a ciência médica que estuda o trato urinário. O termo Nefrologia vem de néfron, que é a unidade funcional dos rins. Nefrologista é aquele que cuida das doenças de todo o sistema urinário, dentre elas as cistites, os cálculos, e a mais comum, a doença renal crônica. A doença renal crônica (DRC) acomete principalmente animais idosos, estando relacionada com morte de células renais, fazendo com que os rins não funcionem como deveriam.


Os rins desempenham funções extremamente importantes para a manutenção do equilíbrio orgânico. São elas:

  • atuar como um filtro inteligente, capaz de conservar água no corpo e excretar os subprodutos do metabolismo orgânico através da urina usando um mínimo de água necessário
  • estimular a produção de células vermelhas (função endócrina)
  • manutenção da pressão sistêmica
  • modulação do pH sanguíneo

A doença renal crônica (DRC) acomete principalmente animais idosos e traduz a perda da capacidade dos rins em exercer essas funções.


Como causas mais comum à injúria renal podemos citar:

  • desidratação
  • alterações de pressão sanguínea
  • processos infecciosos/inflamatórios de qualquer natureza como doenças de pele crônicas, doenças periodontais, cistites, entre outras.
  • alimentos, como uva fresca ou uva passa, a ingestão de algumas plantas, como lírios e/ou medicamentos como alguns antibióticos e anti-inflamatórios.
  • traumas físicos como atropelamentos, acidentes automotivos e outros
  • algumas anomalias de caráter genético, congênito ou familiar.


Por ser uma doença degenerativa, progressiva e irreversível, o diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento. O objetivo do tratamento é retardar o avanço da doença e manter o animal bem e com qualidade de vida por isso a necessidade de acompanhamento por um profissional especializado o mais precocemente possível.
Como base para o diagnóstico, faz-se necessária a realização de exames de sangue, urina e ultrassonografia abdominal. Exames que devem ser realizados de rotina, anualmente, em todos os cães e gatos com mais de oito anos de idade.

MEDICINA DE FELINOS

O gato animal independente, mas doméstico, distante, mas carinhoso, o gato é um ser misterioso por quem o Homem se sente fascinado, ao ponto de fazer dele objeto de culto em algumas civilizações. De forma contraditória, o gato foi visto por diferentes culturas como um aliado das forças do mal ou um ser divino digno de culto.

Desde o início da aproximação do homem, o gato já foi adorado, perseguido. Na atualidade em muito países, figura como primeira escolha entre os animais de estimação, um merecido reconhecimento de suas infinitas qualidades e expurgo do preconceito que perseguiu a espécie por anos.

O gato mia e o cão late!

Há muitas outras diferenças entre essas duas espécies que devem ser de conhecimento do médico veterinário que atua na clinica de pequenos animais e os veterinários sabem como é desafiador lidar com  gatos. Os médicos veterinários devem se esforçar continuamente, estar abertos ao conhecimento sobre gatos, pois estes animais não revelam seus segredos com facilidade; ao contrário, as pistas só se tornam evidentes aqueles que as observam com atenção. 

 O INPA apresenta em sua equipe dois médicos especializados em medicina felina e na técnica Cat Friendly Practice: Dr. Arthur Arruda e Dra Graziele Rodrigues. O especialista em felinos além de se basear  na “antiga escola” de um bom  histórico e um exame clinico abrangente é capacitado a terapêutica adequada a espécie, a manipulação correta e a comunicação com os gatos, respeitando suas peculiaridades e seus extintos. Conhecimentos específicos e familiaridade com doenças e moléstias que acometem o gato e o seu comportamento e aplicação do sistema Cat Friendly Practice que visa modificar a rotina de atendimento propiciando uma consulta como experiência única e amigável ao gato, desde a saída de casa, sua recepção na clínica, a possibilidade de internamento e demais orientações que possam cercar o felino em uma clínica veterinária.

Saber como o gato percebe seu meio e se comunica com ele e com os outros gatos nos ajuda a compreender melhor os sinais desse animais no hospital veterinário. Compreender o gato melhora a consulta e os cuidados de saúde dos felinos. O trabalho com confiança nesse conhecimento torna mais apto o atendimento ao gato e seu tutor e a interação com o hospital e o especialista em felinos.